domingo, 20 de dezembro de 2009



Informação


Desliga tudo!
É muita informação,
Impossível qualquer tipo de assimilação
No fundo, apenas mais poluição

Cuidado com o apagão
Um dia só tem 24 horas
Minha banda não é larga,
Já estou ficando com a memória vaga

É uma enxurrada
Fácil, rasteira e viciante.
Não quero saber
O que o Papa comeu no almoço,
Da vida da fulana
Ou da conversa da sicrana

Quem não chora não mama
Egotrip, marketing pessoas
Ou Carência virtual?
Todos teoricamente conectados
Porem ligeiramente afastados

Mas por favor,
Nada de Torpedo eletrônico,
Escreva em um papel amassado

Puxe a tomada!

Arrependimento

Arrependo-me de me arrepender
De nada adianta sofrer
Fiz porque achei que era o melhor a fazer,
Hoje mais nada tem haver
Outro contexto está para valer

Sempre acho que poderia ter feito diferente
Após o leite derramado é muito mais fácil enxergar
O que tinha no fundo do copo,
O que fiz de errado
Ou o que deixei de fazer
Como agora é óbvio, mas na hora não pude ver

O presente torna o passado cego e evidente demais
Se minha mãe fosse homem eu tinha dois pais,
Fiz o que tinha que fazer e pronto, para frente, faço diferente
Não me arrependo, Só arrependo-me de me arrepender

quarta-feira, 25 de novembro de 2009


Orquídea

É bela,
Talvez a mais bela.
Sim é ela

Orquídea sapeca
Cheia de vida
Soberba alegria

Quando seu coração canta
Tudo envolta brilha
E se enche de vida

Quando chora
Mais bonita fica
Sempre me cativa

Não atinge a perfeição,
Também, que pretensão
Mas vive em meu coração

Macofas a parte
É muito bela,
Mais do que bela.
A mais bela de meu pequeno jardim

domingo, 8 de novembro de 2009



Tempo

Olho para trás
Que distancia isso me traz
Algumas lembranças já nem lembro mais

Ontem, hoje e Amanhã
Que diferença faz?
Na realidade, distinguir tal sutileza o cérebro é incapaz

Quando enxerga-se o todo
Que sentido o tempo faz?
Se tudo se transforma e nada fica para Trás

Apenas os minutos que a consciência faz
O tempo não passa

A vida continua

domingo, 25 de outubro de 2009

Adorar

Em noites de pouco sono
Sem tirar o foco de seu rosto,
Silenciosamente me levanto.

Procuro um bom lugar,
Onde me ponho a sentar
Só para te ver pestanejar.

Em quanto dormes, fico a te apreciar
Seu rosto no lusco fusco do luar
Mesmo acordado, começo a sonhar.

Viro um espectador de meu amor,
Hipnotizado por tanta beleza e graça
Meus olhos se enchem de lagrimas

Como um réu confesso
Não tenho como negar,
Sou reincidente na arte de te adorar

quarta-feira, 14 de outubro de 2009



Criança

Criança sapeca
Sei que ainda está ai
Não dê de ombros
Pois não te esqueci

Meio atrapalhado
Apenas te deixei de lado
Sua ausência me faz calado

Tem um adulto agora do meu lado
Mostrando como enfrentar os fatos
O mundo é bem diferente do que tínhamos imaginado
Nossos sonhos mudaram
Deixe a bolha, e eu a falsa maturidade de lado

Brincar de adulto
Nem sempre é chato
Quero sua espontaneidade e ternura como meus aliados

Nada de se sentir julgado
Muito menos deslocado
Tem razão, tudo continua grandioso e mágico

Basta voltar a olhar para o alto
Com a perspectiva do abstrato
Tudo está longe, mas dentro do alcance

domingo, 4 de outubro de 2009



Due Tempi

Subo em dois tempos
Entre curvas sinuosas e retas curtas
Cada aceleração leva meus sentidos ao limite da percepção
Estonteante sensação

Em um curto intervalo de tempo, é tanta adrenalina e serotonina
Que meu corpo simplesmente se vicia
Duas marchas para baixo,
Uma forte freada e uma bela entrada de curva,
Parar? Nem pensar, mais uma dose cavalar

Num bale clássico pendulo de um lado para o outro,
Uma curva após a outra me debruço sobre ela e ela sobre o asfalto.
Ao som de duas ponteiras agudas subindo de tom e soando alto
Em sintonia perfeita entre o tempo, máquina, corpo e espaço

Minha platéia é a mata e alguns felizardos transeuntes
Que vêem de bem perto
Toda a beleza plástica entre homem e maquina

O que seria do homem sem suas maquinas?
Da força sem leveza e graça
Una colline senza una bella moto due tempi

domingo, 27 de setembro de 2009

Verde Grená e Branco

Quando vejo essas três cores lindas
Outrora branca e cinza
Meu coração torce de alegria

Sinônimo de minha vida esportiva
Seja no campo, na quadra ou em uma piscina
Torcendo e competindo, colecionando títulos

De passado nobre
Compromissado com o ideal do esporte,
Berço do sonho olímpico,
Ventre de Deuses consagrados
E glorias incontestáveis

Seja no Vale das Laranjeiras ou no Maráca
Como Nelson escrevia
E Chico cantava,
Do sobrenatural de Almeida
Ao gol de barriga

Historias e momentos jamais faltarão,
Pois essas cores perpetuarão para sempre,
Imortalizada pelo esporte e por meu coração

domingo, 20 de setembro de 2009

A verdade

Corram todos,
Fujam que nem tolos.
Escondam-se em seus prostíbulos,
Durmam com a pobreza
Acordem como o ladrão.

Casem com a hipocrisia
Vivam de demagogia.
Acreditem no futuro
Coloquem um filho no mundo.

Não Sejam bobos,
Que se fôda o povo.
Elejam os culpados
Culpem os injustiçados.
Queiram justiça
Paguem propina.

Primoroso Governo
Nada de remédio, um eficaz placebo
Paguem os impostos
Enriqueçam os poderosos.
Soneguem o Leão,
Queiram seus filhos com saúde e educação.

Sim, continuem a reclamar!
Mandem alguém fazer alguma coisa urgente,
Mas não saiam da frente da televisão.

domingo, 13 de setembro de 2009

Orgasmo

Sentidos a flor da pele
Respiração alterada
Maçã do rosto corada
Olhos cheios de lagrimas

domingo, 30 de agosto de 2009

Quebra-Cabeça


Milhares de peças

Espalhadas por todos os lados.
Por onde e quando começar?

Falaram-me que é pelas beiradas,
Agradeço o conselho,
Mas prefiro do meu jeito.
Não encontro as peças certas,

Há inúmeros espaços vazios.

Ilhas de sapiência e oceanos de ignorância.
Ainda não vejo muito sentido nisto como um todo.

Mas quando junto duas peças deste enorme quebra-cabeça,
Por um breve momento,
Tudo faz sentido.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009


Lágrima

A lágrima cai,
Escorre livremente pelo rosto
Sem muito gosto.

Contorna os lábios trêmulos
Outrora molhados pelos seus beijos.
Passa delicadamente pelo queixo
Arrancando um suspiro vazio do peito.

Corre pelo pescoço
Estrangulando aos poucos.
Deixa um rastro seco,
Evapora ao vento,
Abre o tempo,
Liberta os sentimentos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ludos Societas

As regras estão ai e são bem claras.
Crenças e valores éticos coletivos
Generalização da individualização,
Pré-conceitos de como ser, agir, denegrir e mentir

Essas não são minhas regras
Este não é mais o meu jogo,
Mas já nasci com as cartas na mão
O jogo infelizmente já começou

No tabuleiro, um grande circo
Um majestoso teatro de fantoches,
Ninguém é realmente alguém.
Não há como ser,
Afinal, quem gosta de perder?

Nos olhos dos jogadores
Vejo tristes figuras.
Almas angustiadas e vazias,
Mentem e se vendem diariamente
Buscando causar uma boa impressão.
Pura necessidade de aceitação

Não jogue errado ou portas se fecharão.
Pegue o morto
Minta um pouco.
Troque de carta
Mude de cara.
Blefe, troque a rainha pelo peão
Roube, porque não?

Parece o fim do mundo
Interprete como um trunfo.
Não se importe em jogar o jogo,
Mas não seja inconseqüente
Jogue consciente.

Acabe com a avareza
Vire a mesa,
Abra o jogo
Viva um pouco

segunda-feira, 10 de agosto de 2009



Andando pra frente

Como é difícil
Mas não desisto
Um dia após o outro
Volto e tento mais um pouco

Às vezes paro e reflito,
Não repito os mesmos erros
Muito menos os mesmos acertos

Olho para trás e aprendo
Olho para mim e entendo
Olho pra frente e experimento

O eremita e sua caverna

Minha ideia nunca foi essa, mas....

As vezes me sinto um eremita em sua caverna,
confabulando teorias e dissecando a vida sem qualquer troca.