segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sustentabilidade da alma

Como posso enxergar
Se não me enxergo

Como posso escutar
Se não me escuto

Como posso sentir
Se não me sinto

Como posso perdoar
Se não me perdôo

Como posso amar
Se não me amo

Como posso fazer algo
Se não faço nada por mim

domingo, 22 de agosto de 2010


Sol e Lua

Estou aqui!
Ou estou lá?
Fico a me perguntar.

Quando deveria estar aqui, estou lá
Quando deveria estar lá, estou aqui.
Sigo numa estrada de duas mãos,
Onde só ando na contramão

Vivo num limbo,
Entre o mundo das idéias
E a realidade do presente.
Sou a luz por trás do eclipse entre o sol e a lua

domingo, 25 de julho de 2010



Lua

Espelho opaco do sol
Persiste na escuridão como se tivesse uma missão,
Iluminar almas perdidas e sedentas
Loucas por explicações

Sua existência é uma interrogação
Assim como por ti minha adoração
Astro da solidão

Tão distante de mim, mas tão perto de todos
Interlocutor de meus amores
Elo de pensamentos distantes

Fico hipnotizado ao te olhar
Quero andar em suas planícies cinzentas
Navegar em seus mares secos
Voar em seu folclórico dragão

Olhar para o sol e as estrelas
E poder contemplar
Vaga-lumes brilhantes
Em volta de uma lamparina estelar

Tudo ajuda a iluminar a magnífica desolação que é este lugar
Farol de minha mente ausente e de meu lar
Anjo para alguns singelos viajantes que andam na escuridão,
Mas seguem em direção da luz

sexta-feira, 18 de junho de 2010


Movimento

Tudo esta em movimento
Até a ilusão dos sentimentos
Não somos estáticos

Eu sou eu
Mas não fui eu
E muito menos
Serei eu

O tempo, se é que existe, é infinito
O momento é único
Somos meros produtos do acaso
Na imensidão do Tempo Espaço




quinta-feira, 20 de maio de 2010


Águas de Janeiro

Sinto falta do mar
Do vapor da água no ar
Minhas lagrimas são secas
Como o clima deste lugar

Choro, pois sou um peixe fora d’água
Morrendo de sede, tentando me adaptar
Sinto falta de água, e do conforto que ela me dá

Bebo água, mas a sede não parece acabar
Banho me, e seco continuo a ficar
É minha alma querendo voltar
Sedenta de sede por meu antigo lar
Águas de janeiro terra de sol e mar

sábado, 8 de maio de 2010



Lembrança que me falta

Lembro-me de todas as imagens bonitas que já vi
Pelo menos, desde que passei a ter consciência de meu ser.
Posso lembrar-me de um objeto, uma pessoa, ou até um lugar
E sentir a mesma sensação prazerosa de quando o vi pela primeira vez

Mas tem uma lembrança que me falta, pois sei que a vivi.
Como gostaria de lembrar e poder sentir de novo
A primeira vez em que vi minha mãe e seu lindo rosto

E por um breve momento poder sentir
O reflexo de sua face delicada e doce
No fundo de meus olhos virgens recém nascidos

Mãe de meus primeiros raios de luz
Mãe de meus olhos que os vê
Mãe de meu padrão de beleza
Mãe de meu ser

domingo, 25 de abril de 2010







Amnésia

Ei você,
Me conhece?
Já nos vimos antes?

Acho que não
Mas em todo caso,
Boa noite

Seria você
Um passado possível
Ou mais um beijo no escuro?

Seja como for
Caso tenhamos nos conhecido
O que passou, passou
Inclusive a amnésia forçada

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Carnaval

Vejo um rosto triste
No meio da folião.
Um olhar frio e seco
Alheio a qualquer sentimento.

Confetes e serpentinas
Enchem meus olhos com nostalgia.
Lembro-me de seu sorriso,
Sua voz doce e cristalina,
Seus rompantes de alegria.

Lembranças bem distantes,
Como dois olhares
Que fingem em não se encontrarem
No meio da multidão

domingo, 24 de janeiro de 2010

Sem cor

Pra dias sem cor...
Céu nublado
Vira tempestade de horror

Seu melhor sorriso
Em um enorme vazio

Uma calorosa multidão
Em permanente solidão

Um afago
Sai pro lado!

Um por do sol magnífico
Menos um dia no mundo vivido

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010


O Pensador

Penso logo existo.
Se penso então reflito.
Ora bolas, se existo, penso e reflito
Logo, intelectualizo.
Pois muito bem...
Á vida é um grande acaso
Um caos organizado
A incerteza é uma certeza
A insegurança, uma doença
Voilà, acabei.
Ih, acabou também o papel...