domingo, 25 de outubro de 2009

Adorar

Em noites de pouco sono
Sem tirar o foco de seu rosto,
Silenciosamente me levanto.

Procuro um bom lugar,
Onde me ponho a sentar
Só para te ver pestanejar.

Em quanto dormes, fico a te apreciar
Seu rosto no lusco fusco do luar
Mesmo acordado, começo a sonhar.

Viro um espectador de meu amor,
Hipnotizado por tanta beleza e graça
Meus olhos se enchem de lagrimas

Como um réu confesso
Não tenho como negar,
Sou reincidente na arte de te adorar

quarta-feira, 14 de outubro de 2009



Criança

Criança sapeca
Sei que ainda está ai
Não dê de ombros
Pois não te esqueci

Meio atrapalhado
Apenas te deixei de lado
Sua ausência me faz calado

Tem um adulto agora do meu lado
Mostrando como enfrentar os fatos
O mundo é bem diferente do que tínhamos imaginado
Nossos sonhos mudaram
Deixe a bolha, e eu a falsa maturidade de lado

Brincar de adulto
Nem sempre é chato
Quero sua espontaneidade e ternura como meus aliados

Nada de se sentir julgado
Muito menos deslocado
Tem razão, tudo continua grandioso e mágico

Basta voltar a olhar para o alto
Com a perspectiva do abstrato
Tudo está longe, mas dentro do alcance

domingo, 4 de outubro de 2009



Due Tempi

Subo em dois tempos
Entre curvas sinuosas e retas curtas
Cada aceleração leva meus sentidos ao limite da percepção
Estonteante sensação

Em um curto intervalo de tempo, é tanta adrenalina e serotonina
Que meu corpo simplesmente se vicia
Duas marchas para baixo,
Uma forte freada e uma bela entrada de curva,
Parar? Nem pensar, mais uma dose cavalar

Num bale clássico pendulo de um lado para o outro,
Uma curva após a outra me debruço sobre ela e ela sobre o asfalto.
Ao som de duas ponteiras agudas subindo de tom e soando alto
Em sintonia perfeita entre o tempo, máquina, corpo e espaço

Minha platéia é a mata e alguns felizardos transeuntes
Que vêem de bem perto
Toda a beleza plástica entre homem e maquina

O que seria do homem sem suas maquinas?
Da força sem leveza e graça
Una colline senza una bella moto due tempi