domingo, 30 de agosto de 2009

Quebra-Cabeça


Milhares de peças

Espalhadas por todos os lados.
Por onde e quando começar?

Falaram-me que é pelas beiradas,
Agradeço o conselho,
Mas prefiro do meu jeito.
Não encontro as peças certas,

Há inúmeros espaços vazios.

Ilhas de sapiência e oceanos de ignorância.
Ainda não vejo muito sentido nisto como um todo.

Mas quando junto duas peças deste enorme quebra-cabeça,
Por um breve momento,
Tudo faz sentido.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009


Lágrima

A lágrima cai,
Escorre livremente pelo rosto
Sem muito gosto.

Contorna os lábios trêmulos
Outrora molhados pelos seus beijos.
Passa delicadamente pelo queixo
Arrancando um suspiro vazio do peito.

Corre pelo pescoço
Estrangulando aos poucos.
Deixa um rastro seco,
Evapora ao vento,
Abre o tempo,
Liberta os sentimentos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ludos Societas

As regras estão ai e são bem claras.
Crenças e valores éticos coletivos
Generalização da individualização,
Pré-conceitos de como ser, agir, denegrir e mentir

Essas não são minhas regras
Este não é mais o meu jogo,
Mas já nasci com as cartas na mão
O jogo infelizmente já começou

No tabuleiro, um grande circo
Um majestoso teatro de fantoches,
Ninguém é realmente alguém.
Não há como ser,
Afinal, quem gosta de perder?

Nos olhos dos jogadores
Vejo tristes figuras.
Almas angustiadas e vazias,
Mentem e se vendem diariamente
Buscando causar uma boa impressão.
Pura necessidade de aceitação

Não jogue errado ou portas se fecharão.
Pegue o morto
Minta um pouco.
Troque de carta
Mude de cara.
Blefe, troque a rainha pelo peão
Roube, porque não?

Parece o fim do mundo
Interprete como um trunfo.
Não se importe em jogar o jogo,
Mas não seja inconseqüente
Jogue consciente.

Acabe com a avareza
Vire a mesa,
Abra o jogo
Viva um pouco

segunda-feira, 10 de agosto de 2009



Andando pra frente

Como é difícil
Mas não desisto
Um dia após o outro
Volto e tento mais um pouco

Às vezes paro e reflito,
Não repito os mesmos erros
Muito menos os mesmos acertos

Olho para trás e aprendo
Olho para mim e entendo
Olho pra frente e experimento

O eremita e sua caverna

Minha ideia nunca foi essa, mas....

As vezes me sinto um eremita em sua caverna,
confabulando teorias e dissecando a vida sem qualquer troca.